terça-feira, 16 de março de 2010

Só para os Pais

Postado por Unknown às 10:15

Homens têm dificuldades em ouvir o bebê chorando

Pesquisa americana conclui que o choro das crianças não está entre os sons que mais pertubam o sono masculino . Saiba mais

Redação Crescer

Shutterstock

Não adianta brigar com seu marido se ele continuar dormindo enquanto o bebê chora durante a noite. Não, ele não está fingindo só para fugir das fraldas! Ele realmente não consegue ouvi-lo. Pelo menos é o que diz uma pesquisa da Instituição Mind Lab (EUA). Segundo ela, o choro do bebê não está na lista dos dez sons que perturbam o sono masculino porque eles não têm o tal instinto materno. Eles, porém, despertam facilmente com alarmes, por exemplo, por se sentirem protetores da família. Da próxima vez que seu marido não acordar com o choro do bebê, você pode cutucá-lo!


DICA: 

Como lidar com o choro até 1 ano de idade

Seu bebê vai chorar bastante até completar 1 ano e aprender a falar. Conheça as causas e saiba como lidar com a situação

Tamara Foresti e Daniela Tófoli

Carol do Valle
O choro é sagrado. É graças a ele que o bebê consegue se comunicar nos primeiros anos de vida. É também por meio das lágrimas que, já maiores, desabafamos e expressamos nossos sentimentos, mesmo em situações de alegria. Não à toa, o choro é o primeiro som que você ouve do seu filho. E, ao escutá-lo, você chora de volta, aliviada, feliz, certa de que está tudo bem. Talvez a hora do parto seja uma das poucas ocasiões na qual você vai respirar tranqüila ao ouvir esse som. Daí para a frente, ele irá chorar incontáveis vezes. 

Um indivíduo saudável, se viver até os 70 anos, produzirá cerca de 70 litros de lágrimas! Sendo assim, você terá de aprender a lidar com elas. Identificamos os motivos mais comuns do pranto do bebê até 1 ano e o que fazer para acalmá-lo. Não se esqueça que os tipos de choro são uma referência e que, para saber o que seu ele tem, você vai precisar de tranqüilidade. 


Qual é o papel do pai nos primeiros meses do bebê?

Esse período não é só seu. Veja como o pai também pode - e deve- participar.

Simone Tinti

Beto Tchernobilsky
É comum que, durante os primeiros meses do bebê em casa, o pai se sinta excluído da relação com o filho (e até com você). Muitos costumam dizer que a criança “só mama e dorme” e, assim, não encontram seu papel nessa rotina que parece tão exclusiva da mãe. Mas esse momento da vida do bebê não precisa ser encarado dessa forma. 
O primeiro passo para mudar essa relação pode vir de você, que precisa dar mais liberdade para o seu companheiro participar da rotina da família - em vez de achar que tudo o que ele faz pela criança está errado. “Muitas mães deixam o pai de lado nesse momento. Mas elas precisam se dar conta de que eles também devem participar”, diz Rosângela Garbers, pediatra e neonatologista do Hospital Pequeno Príncipe e Maternidade N. Srª de Fátima. Ou seja, é importante que você se policie e deixe o pai do seu filho agir com mais liberdade, já que as crianças precisam ser expostas às diferentes maneiras de cuidar. “O bebê precisa entender qual é a figura paterna e qual é a materna”, afirma. 

Abaixo, veja 10 sugestões para que os pais participem mais ativamente desses primeiros meses 

1.A participação do pai precisa começar ainda antes do bebê nascer. Ele deve acompanhar você nas consultas do pré-natal, tirar suas dúvidas, conhecer o obstetra que fará o parto e, depois, o pediatra que vai cuidar do bebê. 

2.O pai também pode assistir ao parto. Se for possível, cortar o cordão umbilical, dar o primeiro banho no bebê...E ele não deve se preocupar por não saber fazer nada disso; é possível aprender ainda mesmo na maternidade. 

3.Tirar a licença-paternidade e aproveitar esses dias (geralmente, são cinco) para se dedicar exclusivamente ao bebê e a você. 

4.Com o bebê em casa, o pai pode continuar se encarregando do banho, além de trocar as fraldas e também as roupas do bebê. 

5.Acompanhar e incentivar a amamentação. Ele pode estar ao seu lado nesse momento e depois da mamada, e também pode segurar e ajudar o bebê a arrotar

6.Acalentar o filho na hora de dormir e fazer massagem nos momentos em que o bebê sente cólica; 

7.Ajudar nas tarefas gerais da casa. O pai pode providenciar o almoço (ou o jantar), não se esquecer de contas e se encarregar das compras, por exemplo; 

8.Levantar a sua autoestima. No pós-parto, é normal que você se sinta mais sensível eincomodada com o seu próprio corpo, que ainda não voltou a ser o que era antes da gravidez. E não é apenas a variação hormonal que influencia nesse sentimento, mas também a própria alteração da rotina. Portanto, o pai deve estar mais atento e ajudar você a se sentir mais bonita novamente; não deixe, também, de reservar alguns momentos a sós - nem que seja para um breve passeio na padaria; 

9.Aproveitar o sol da manhã para passear com o bebê (no colo, no sling ou de carrinho). Geralmente, as saídas são liberadas a partir de 1 mês, mas é indicado falar com o pediatra antes; 

10.Conversar com o bebê, fazer brincadeiras para estimular a visão, audição e tato (brincar de esconder, por exemplo, é um excelente estímulo). 

Fontes: Rosângela Garbers, pediatra e neonatologista do Hospital Pequeno Príncipe e Maternidade N. Srª de Fátima de Curitiba-PR e Julio Barbosa, obstetra do Hospital Santa Catarina de São Paulo-SP

3 mitos sobre os pais-que-ficam-em-casa

Muita gente acredita que pais não são preparados para cuidar de crianças. Veja por que isso pode não ser verdade

Bruna Menegueço

Shutterstock
MITO 1
Pais não são biologicamente preparados para cuidar de crianças 
Sim, existem pessoas, sejam homens ou mulheres, que não têm nenhuma habilidade para cuidar de um bebê. Mas isso pode mudar por dois motivos. Em primeiro lugar, os indivíduos são diferentes uns dos outros. Em segundo, o homem pode aprender a cuidar do próprio filho, coisa que só acontece durante a convivência diária entre eles.

MITO 2 
Crianças criadas por homens têm mais problemas de saúde e desenvolvimento
Muitos estudos mostram os benefícios vividos por crianças cuidadas por homens. Um deles diz que o envolvimento dos pais facilita o aprendizado da criança durante a fase escolar e, inclusive, melhora a capacidade de se relacionar na adolescência. Outra pesquisa revela que existem poucas diferenças no desenvolvimento das crianças que são cuidadas apenas por mães solteiras ou por pais solteiros, por exemplo. Estar no mesmo páreo que as mulheres já é mais uma conquista desse pai-que-fica-em-casa. 

MITO 3 
A razão para um pai ficar em casa é apenas uma escolha financeira 
Normalmente, a decisão da troca de papéis acontece, sim, por questões financeiras, mas vão muito além. Com a oportunidade de cuidar do seu filho em casa, os homens se envolvem com os prazeres e dificuldades do dia a dia de uma criança e se sentem culpados, assim como as mulheres, quando têm que quebrar esse vínculo. Há ainda um estudo feito pela psiquiatra Jane Waldfogel, e publicado no livro What Children Need(“Do que as crianças precisam”, ainda sem tradução no Brasil), analisando que crianças que contam com a companhia de um dos pais no dia a dia têm mais facilidade no desenvolvimento racional e emocional. Vale a pena, não?

Quando é o pai que fica em casa

Conheça a história de Jeremy Smith, um pai norte-americano que “trocou” de papel com a esposa: ela trabalha para garantir o sustento da família e ele mantém a casa em ordem e cuida do filho

Por Paula Perim

Trish Hayes
“No meu mundo ideal, todos os pais terão direito a ficar um ano da vida do seu filho fora do escritório. As mães ficarão o primeiro ano inteiro sem trabalhar. Mas, no final desse ano, será a vez dos pais. Essa transição será marcada por um rito de passagem. Haverá uma festa de despedida no escritório e, na manhã seguinte, o pai acordará em sua nova vida. Como todo início, haverá dificuldades e ele terá de fazer malabarismos para dar conta de todas as tarefas, mas vai aprender. E enquanto os pais aprendem a cuidar das crianças, as mães terão apoio para voltar ao mercado de trabalho.”
Para o jornalista Jeremy Smith, essa seria a realidade que ele tanto sonhou viver. Ainda estamos muito longe disso, mas, de acordo com as pesquisas, ele pode ficar bastante otimista. Desde 1965 até 2009, o número de horas que os pais passam com seus filhos triplicou. De 1995 para cá, mais do que dobrou. Em 2007, um censo feito nos Estados Unidos mostrou que 159 mil pais ficavam em casa. Há 12 anos, esse número não passava de 64 mil.
Quando Jeremy e sua esposa Olli, professora, se tornaram pais, decidiram inverter os papéis de uma família tradicional. A experiência virou o livro The Daddy Shift (algo como “A vez do papai”, ainda sem previsão de lançamento no Brasil). Em entrevista exclusiva a CRESCER, ele conta os desafios que teve de enfrentar como pai-que-fica-em-casa, as mudanças na relação com sua mulher e com o filho e demonstra esperança na luta por um novo modelo de família.
CRESCER Quando você decidiu ser um pai-que-fica-em-casa? Foi uma escolha?
JEREMY SMITH Meu filho nasceu em 2004. Em 2005, minha carreira chegou em uma encruzilhada e então nós decidimos que seria uma boa ideia minha mulher tentar voltar a trabalhar e eu aprender a cuidar dele. Foi uma escolha e era algo que eu queria. Ela ficou muito dividida, mas acho que ela sabia que seria bom se meu filho e eu fôssemos capazes de criar um vínculo do nosso jeito.
C: Você foi criticado pelos amigos ou pela família?
J.S.: Pelos amigos, nunca. Pela família, um pouco. Um parente mais velho enviou um e-mail para mim, para meus pais e sogros, surpreso com a minha irresponsabilidade (!) de não estar trabalhando todos os dias para sustentar minha mulher para que ela pudesse ficar com nosso filho.
C: No começo, o que mais o surpreendeu e quais foram as principais dificuldades com o bebê em casa?
J.S.: A pergunta clássica que os pais-que-ficam-em-casa recebem é: “O que você faz o dia todo?” E a resposta a isso é que você fica prestando atenção, improvisando e mantendo a criança ocupada. É realmente cansativo. Nos primeiros anos da vida do meu filho – como acontece com a maioria dos pais – fui um espectador. Foi minha mulher quem deu à luz, quem lidou com a amamentação, quem era a principal responsável por todos os cuidados. Quando me tornei o protagonista da história, foi um choque perceber o tamanho dessa responsabilidade.
C: Você acredita que as mães podem se sentir culpadas por não ficar com seus filhos e os pais por não estarem trabalhando o dia todo?
J.S.: O fantasma da família tradicional ainda persiste mesmo na maioria das famílias não-tradicionais. Ainda é aquela velha discussão de como a maternidade mudou para incluir a carreira, mas ainda está baseada principalmente nos cuidados com a criança. E como a paternidade mudou para incluir a atenção às crianças, mas ainda está baseada no sustento da família. Não há um consenso sobre o que um bom pai faz. Quando mães e pais não estão seguros sobre seus papéis, eles sempre se sentem como se não estivessem fazendo alguma coisa que deveriam fazer.
C: Nos Estados Unidos, essa decisão é uma escolha ou acontece quando os pais perdem seu emprego ou as mães ganham mais? A crise econômica atual tem alguma relação com isso?
J.S.: A principal razão que faz com que os pais fiquem em casa é quando as mulheres ganham mais ou têm uma perspectiva de carreira melhor – o que acontece com um terço das mães norte-americanas hoje. O aumento da instabilidade no mercado de trabalho também contribuiu para o aumento dos pais-que-ficam-em-casa. Não existe mais aquela coisa dos homens terem um emprego vitalício nos Estados Unidos. É por isso que eu acho que as famílias tradicionais invertidas são uma adaptação evolucionária, uma maneira de sobreviver ao instável século 21.
Conheça a história de Jeremy Smith, um pai norte-americano que “trocou” de papel com a esposa: ela trabalha para garantir o sustento da família e ele mantém a casa em ordem e cuida do filho

Por Paula Perim

C: É diferente a maneira como os pais tomam conta das crianças?
J.S.: Homens tendem a encorajar a independência, assumir riscos e fazer brincadeiras mais físicas. As mulheres tendem a encorajar as emoções e as expressões faciais, além de facilitar o desenvolvimento da linguagem e os comportamentos cooperativos. Pode parecer estereotipado, e há realmente muitas exceções à regra, mas os cientistas têm estudado essas coisas há décadas e os padrões são bem claros. O truque está em apreciar o que os pais podem trazer para a roda e o que seu cuidado proporciona às crianças, em vez de julgá-los por um ponto de vista da mãe.
C: Há pesquisas que mostram que ter um pai como o principal cuidador resulta em uma criança diferente?
J.S.: Sim, há um estudo da Universidade de Yale, aqui nos Estados Unidos, feito pelo psiquiatra Kyle Pruett, que diz que as crianças criadas por homens são menos ansiosas sobre sua identidade sexual quando se aproximam da adolescência. As crianças se sentem mais confortáveis com elas mesmas como indivíduos, não apenas preocupadas em agir como mocinhas ou machões.
C: Como os pais lidam com problemas diários?
J.S.: Os pais tendem a sofrer mais em silêncio. Eles são mais isolados e não dividem seus sentimentos. Isso pode ser ruim para a saúde deles – há dois estudos que mostram que os pais-que-ficam-em-casa são mais propícios a ter hipertensão. Por isso esses pais precisam sair no mundo para construir uma comunidade ao redor deles.
C: E a relação do casal? O que muda?
J.S.: No início, existe um desconforto, mas descobri, com minha própria experiência, que ele pode ser superado. Os casais mais felizes que entrevistei foram aqueles que conseguiam aproveitar o tempo com as crianças e eram capazes de articular o que eles ganhavam por meio de um acordo não tradicional. Eles valorizavam o trabalho e o cuidado com os filhos igualmente, e agradeciam um ao outro pelas contribuições que cada um trazia para a família. Esses casais também tinham senso de equipe: os pais se juntavam a grupos e os casais formavam amizades na vizinhança. Encontrar outros pais com acordos parecidos ajuda os casais a se tornarem mais confiantes.
C: Você acha que, com mais pais em casa, as mães que fazem o mesmo terão mais respeito da sociedade?
J.S.: Sim, com certeza. Cuidar do meu filho ampliou minha vida e me deu uma nova força. Me ajudou a apreciar a coragem de outras mães e o que elas contribuem para nossa sociedade – e isso é o que ouço de muitos pais-que-ficam-em-casa. 
C: As mães sentem ciúmes em relação ao tempo que os pais ficam com as crianças? Sua mulher sentiu?
J.S.: Sim, sentiu um pouco de ciúmes. Mas acho que ela colocou na balança e percebeu o quanto nós ganhamos como família. Eu sei cuidar de meu filho, ela tem muito mais liberdade e, por fim, eu e meu filho temos uma relação muito mais próxima. Formar uma família requer compromisso e negociação constante e isso significa que cada um precisa abdicar de algo que gosta.

O primeiro dia dos pais após um tratamento para infertilidade

Confira a história de Marcelo, que vai comemorar a data pela primeira vez com os gêmeos Daniel e Débora depois de passar por uma fertilização in vitro

Simone Tinti

Arquivo Pessoal
Débora e Daniel, de quase 7 meses
Este vai ser o primeiro dia dos pais de Marcelo Ricardo de Lima, 40, professor universitário. Paidos gêmeos Daniel e Débora, de quase 7 meses, a comemoração neste domingo vai ter um gosto diferente e especial. As tentativas para ter um filho começaram há cerca de 4 anos. Além das cobranças dos parentes pela chegada do bebê, ele estava preocupado em ser pai muito tarde. “Estava com quase 40 anos. Não queria esperar muito mais e me tornar um pai ‘quase avô’”. Mas mesmo com o desejo e as tentativas, a gravidez não acontecia. Quando sua mulher Fernanda Ilkiu Treml, 33, foi ao médico e constatou que o problema não era com ela, o casal decidiu que era a vez de Marcelo procurar um especialista. E o diagnóstico veio logo: baixa quantidade de espermatozoides causada por um problema de saúde que ele teve na infância. 

”O jeito foi aceitar o fato e, com tranquilidade, fazer o que devia ser feito, mesmo que fosse um procedimento caro”, diz Marcelo. Então, o casal “apertou os cintos” e investiu na fertilização in vitro. A técnica indicada pelo médico foi a chamada ICSI - em que um único espermatozoide é inserido diretamente dentro do óvulo. No caso deles, dois embriões foram implantados. 

“Estávamos com os nervos à flor da pele. Precisávamos nos preparar para algo que não sabíamos onde ia chegar. Será que vai dar certo? Não vai? Quando vamos colocar os embriões? Serão só dois mesmo?”, diz Marcelo. No início, eles pensaram em esconder o tratamento da família, para não gerar uma expectativa ainda maior principalmente nos futuros avós. Mas a notícia da gravidez veio logo. “Descobri que estava grávida duas semanas depois da implantação dos embriões. E estava tão ansiosa que fiz um teste de farmácia um dia antes de receber o resultado da clínica”, diz Fernanda. A notícia de que eram gêmeos provocou ansiedade mas, ao mesmo tempo, a certeza de que iriam realizar o sonho do casal. “Ela sempre quis ter gêmeos. E posso dizer que, pela esperança dela, também acreditava nisso. Tivemos muita sorte, até mesmo por ela ter engravidado logo na primeira tentativa. Sabemos que há muitos casais que tentam, tentam, e só conseguem depois de um bom tempo”, afirma. 


Arquivo Pessoal
Fernanda Ilkiu Treml e Marcelo Ricardo de Lima durante a gestação dos gêmeos
Os bebês nasceram um mês antes do previsto, de cesárea. Quase sete meses depois, a rotina do casal mudou bastante. Enquanto Marcelo continua com dando aulas na universidade, ela, que é farmacêutica, pediu demissão do emprego e uma babá foi contratada para ajudar nos cuidados com as crianças. “Pelo menos no início, achei melhor me dedicar mais exclusivamente aos filhos”, afirma Fernanda. E a gripe A (H1N1), chamada de gripe suína, também mudou um pouco os hábitos da família. “Parei de ir à faculdade de ônibus, lavo as mãos o tempo todo e evitamos lugares com muita gente”, diz Marcelo. 

Assim, os planos para o dia dos pais ainda estão em suspenso. “Está um pouco difícil planejar as coisas com dois bebês em casa...quem manda são eles”, ele conta. E a rotina está mesmo tão atrapalhada que eles ainda não conseguiram tirar uma foto dos quatro juntos. Será que neste domingo a tão esperada foto da família vai acontecer? 







Infertilidade masculina: para entender um pouco melhor
A infertilidade é considerada uma doença feminina, mas metade das dificuldades do casal em gerar um filho é dos homens. A demora em fazer um diagnóstico, muitas vezes, está relacionada a fatores culturais. “Geralmente, por vaidade ou puro machismo, eles não querem aceitar que são os responsáveis pela dificuldade de ter um filho. Mas essa realidade está mudando; aos poucos, cada vez mais homens se submetem ao tratamento”, diz Lídio Ribas Centa. “A mulher consulta a ginecologista logo que tem a primeira menstruação. Já o homem não tem o costume de acompanhar sua saúde com tanta frequência”. 

As causas para a infertilidade podem ser genéticas, hormonais, vasculares ou infecciosas. Para cada caso, há um tratamento diferente, que pode ser feito por meio de medicamentos, cirurgia (como nos casos de reversão de vasectomia ou de varicocele) ou, então, por inseminação artificial ou in vitro 

E, quando a solução está na reprodução assistida, o casal precisa entender que, quanto mais o tempo passa, mais difícil é ter sucesso no tratamento. “As mulheres, hoje em dia, tentam engravidar mais tarde, depois dos 30 anos, e com isso, a sua capacidade reprodutiva vai diminuindo”, afirma. Ele diz que a média mundial de acerto das fertilizações in vitro é de 40%. 

Para se decidir pelo melhor tratamento, o casal precisa levar em conta todos os aspectos envolvidos no caso - o econômico (já que os procedimentos são caros), o emocional e a questão de quantos exames a mulher vai precisar passar (o que também pode gerar um desgaste). Esses aspectos, aliás, continuam sendo considerados durante o tratamento, já que os procedimentos não envolvem apenas a parte “prática” e a escolha da melhor técnica. É preciso cuidar principalmente dos aspectos psicológicos do casal. “Eles geralmente se sentem discriminados por não conseguirem ter filhos. Muita gente não entende que a infertilidade é uma doença e precisa ser tratada’”, diz.

Sou pai: e agora?

O que passa na cabeça dos homens quando se tornam pais? Na rotina estressante dos primeiros meses da chegada do bebê é quase que uma coisa só: dúvidas

Por Ricardo Ferraz

Carol do Valle
Se a paternidade nos dias de hoje pudesse ser resumida em apenas uma frase, ela seria: "Sim, querida!" Tá certo, a colocação pode parecer piada de mesa de bar (talvez até seja de fato), mas não seria exagero dizer que ela reflete o sentimento de muitos homens quando encaram os primeiros meses da vida do bebê. 
Pais modernos fazem questão de participar da vida dos filhos, mas a experiência da paternidade de primeira viagem pode ser um pouco frustrante. Após nove longos meses de espera, os homens estão ansiosos por ter alguns momentos exclusivos com o filho – até o nascimento, o contato vivenciado com o bebê se resume a muitos beijinhos, carinhos e conversas coladas à barriga da esposa. E, quando finalmente o rebento chega, a rotina caótica de mamadas, choros na madrugada, cólicas e pedidos de apoio por parte da companheira pode levar muitos homens a questionar o papel de pai. 

No banco de reservas? 
Por mais que a situação seja cômica, a verdade é que poucos homens refletem sobre a paternidade antes dela acontecer. "As meninas passam a vida treinando para ser mães. Brincam de casinha, dão mamadeira para a boneca, fantasiam com filhos o tempo todo. A maioria dos homens não faz idéia do que é ser pai. Essa é uma tarefa que vai se concretizando aos poucos", diz Miguel Perosa, psicólogo. 
Mas não é só a relação com a criança que mexe com a cabeça dos homens quando se tornam pais. O casamento também passa por muitos questionamentos. O nascimento do bebê impõe uma nova realidade para a vida do casal e, em geral, o homem sente que está perdendo lugar para a criança. "Quando o bebê invade a vida do casal o homem é destituído do trono. As atenções da mãe se voltam exclusivamente para a criança numa relação bastante simbiótica. Isso gera muita insegurança e até a revolta do homem", explica Miguel Perosa. De fato, as mudanças são tantas que há até casos de depressão pós-parto masculina. Uma pesquisa realizada pela Universidade Católica de Pelotas mostrou que 4,1% dos 386 homens entrevistados apresentaram um quadro de depressão de moderada a grave, o mesmo fenômeno que afeta a vida de muitas mulheres. 

Casamento redesenhado 
A falta de sexo, aliás, é um dos temas que mais incomodam os homens com a chegada do bebê. Durante muito tempo as mulheres simplesmente não querem saber de transar. Em parte por causa da rotina agitada (nos momentos livres, as mulheres preferem descansar a viver momentos tórridos de paixão), em parte pelas modificações no corpo durante o período do puerpério, em parte graças à prolactina: o mesmo hormônio que incentiva a amamentação inibe o desejo sexual. Qualquer que seja a justificativa, a verdade é que os homens ficam extremamente incomodados com a diminuição da vida sexual do casal. 

Umas escapadas também ajudam – e não estamos falando de sexo fora do casamento. Praticar atividades que não envolvam a criança pode ser importante para restabelecer a vida a dois. Um chope com os amigos, uma viagem a sós com a mulher, um café na padaria e até conversas que não girem em torno de cocô, mamadas, regurgitadas, leite, sono, chupeta, dor de barriga ou coisa que o valha resultam reconfortantes. 

Mas se todas essas questões levam os homens a questionar a paternidade, dificilmente elas são suficientes para fazê-los desistir dela. Em geral, essas dúvidas costumam desaparecer no primeiro sorriso dos filhos ou na emoção única de ouvi-los balbuciar pela primeira vez uma palavra que muda para sempre a vida de um homem: papai. 

Licença-parental é defendida no Senado

Projeto de lei quer mudar tempo de licença-paternidade em casos específicos e permitir negociação do benefício em casos de adoção. Entenda

Simone Tinti

Carol do Valle
Um projeto de lei que acaba de ser aprovado no Senado pode facilitar a vida de algumas famílias em relação à licença-maternidade oupaternidade. O PLS nº165/2006, de autoria do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), acabou de passar pela Comissão de Assuntos Sociais e quer criar a chamada licença-parental.”

O diferencial está na ampliação da licença ao pai e na divisão da responsabilidade dele com a mãe. Se o projeto virar lei, o pai terá direito a 4 meses de licença nos seguintes casos: quando ele for o único responsável pela criança, por falecimento ou grave doença da mulher, também quando ela abandonar o filho, ou quando for dele a a responsabilidade por uma criança recém-adotada. 

O projeto também abrange os pais solteiros que adotarem ou obtenham guarda judicial. Atualmente, isso acontece, mas apenas mediante pedido judicial – como foram os casos, por exemplo, dos pais adotivos Gilberto Semensato e Ricardo Sampaio, que no ano passado conseguiram licença semelhante à das mães. 

Outra solicitação que consta do projeto é em relação ao empregado que tenha filho com algum tipo de deficiência ou doença que necessite de tratamento continuado. Nesse caso, o pai ou a mãe terá direito de se ausentar por até 10 horas semanais, sem prejuízo de remuneração - mas com a necessidade de compensar esse período mais tarde.

Projetos de lei discutem ampliação da licença-paternidade para até 30 dias

Atualmente, a garantia dos pais é de cinco dias de licença

Simone Tinti

Carol do Valle
Depois da aprovação da licença-maternidade de 6 meses, é a vez da Câmara discutir a licença-paternidade. Atualmente, a Constituição garante 5 dias de licença para os pais. Mas um projeto de lei da senadora Patrícia Saboya (PDT-CE), que já foi aprovado no Senado e está sendo analisado pela Câmara, quer ampliar essa licença para 15 dias, e inclusive em casos de adoção. Existem ainda outras outras propostas que defendem um período ainda maior , mas que não passaram pelo Senado.

Um desses projetos é o da deputada Maria do Rosário (PR-RS), que estende a licença-paternidade para 30 dias, também em casos de adoção. Outra proposta é da deputada Rita Camata (PMDB-ES), que também defende o prazo de 30 dias de licença para o pai, mas apenas nos casos em que a mãe não tem direito à licença-maternidade ampliada. Esse projeto também prevê incentivo fiscal para a empresa que oferecer a licença. 

As duas propostas levantam uma questão importante em relação à paternidade - o reconhecimento da responsabilidade do pai na divisão de tarefas. Para a deputada Maria do Rosário, os 30 dias de licença deveriam ser concedidos já que, durante as primeiras semanas do bebê em casa, a ausência do pai sobrecarregaria a mãe - mesmo quando ele foi adotad o, já que, nesse caso, é preciso se adaptar à nova realidade familiar. Já para a deputada Rita Camata, mesmo que o aleitamento seja um papel da mãe, o pai pode sim participar das outras tarefas do bebê. 

No entanto, apesar das propostas representarem um ganho social, do ponto de vista empresarial há divergências. De acordo com a Agência Câmara, entidades representativas do setor produtivo, como a Confederação Nacional da Indústria (CNI), já se manifestaram contra a ampliação de qualquer licença. 

Em entrevista à Agência Câmara, o deputado Alceni Guerra (DEM-PR), que foi autor da emenda que deu origem à licença-paternidade, disse ser favorável à proposta de Rita Camata justamente devido à desaprovação das empresas. "Para evitar essas reações contrárias e vetos do presidente, essa é a opção agora. Mais tarde, será inevitável que a licença-paternidade seja estendida, até como estímulo para o aumento da taxa de natalidade, que tem caído muito", diz. A taxa de natalidade no Brasil já atingiu a média de 1,8 filho por mulher, o que era esperado pelas projeções do IBGE para 2043. Esse índice, abaixo do nível de reposição da população, é comparável ao de países desenvolvidos. 

O advogado trabalhista Ricardo da Silva Martinez, do escritório Innocenti Advogados Associados, acredita que a licença-paternidade deve ser regulamentada, mas a ampliação para 30 dias vai ser um problema para as empresas. "Cinco dias é um prazo muito curto para os pais, e a ampliação é necessária para que eles também ajudem a mãe nos primeiros dias. Mas a extensão para 30 dias não será vantajosa para as empresas. Imagina como seria nos casos em que a mulher trabalha no mesmo local que o marido", diz. A advogada Maria Hebe Pereira de Queiroz, do escritório Pereira de Queiroz Advogados, também acredita que o período de 30 dias vai gerar um gasto muito grande aos empregadores. "Uma solução mais adequada para as famílias seria o Estado investir em escolas e creches melhores", diz.

Outras propostas 

Também estão em análise na Câmara um projeto de lei do deputado Vieira da Cunha (PDT-RS), que aumenta o período da licença-paternidade de 5 para 10 dias, além das PECs (Propostas de Emendas à Constituição) do deputado Arnaldo Vianna (PDT-RJ), que concede estabilidade no emprego ao pai durante a gravidez da mãe, quando seu salário for a única fonte de renda da família, e do Senado, que estende o direito das licenças-maternidade e paternidade obrigatórias aos pais adotivos. 

Nenhum dos projetos que tramitam na Casa muda a forma de financiamento da licença-paternidade. Atualmente, ela é paga pelo próprio empregador, enquanto a licença-maternidade é paga pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). 

Licença parental 

Existe uma sugestão de que as duas licenças sejam substituídas por uma única, independente do sexo, que será requisitada por um dos dois, de acordo com o que for negociado pelo casal. A opção é conhecida como licença parental. 

Fonte: Agência Câmara
Nota: 

Pai: basta um incentivo

Pedir ajuda e elogiar as atitudes dele faz toda a diferença

Tamara Foresti e Thais Lazzeri

Carol do Valle
elogie as iniciativas dele!
Se o pai do seu filho não ajuda você a cuidar do bebê, saiba que a culpa pode ser sua. Pelo menos é o que diz uma pesquisa da Universidade do Estado de Ohio (EUA) com 97 casais. Ela revelou que, se o assunto é o cuidado com as crianças, os homens mais ativos são aqueles que recebem incentivo das esposas. O estudo foi feito em duas etapas. Na primeira, os pesquisadores visitaram os casais grávidos e perguntaram qual era o papel do pai nos cuidados com o bebê. Três meses e meio após o nascimento, indagavam como a mãe respondia ao comportamento do parceiro e pediam para trocarem a roupa do bebê juntos. Nas famílias em que as mulheres elogiavam os maridos, eles participavam ativamente. Nas outras, se esquivavam e observavam a esposa. Para Ana Maria Massa, psicóloga,a pesquisa é simplista. "Há outros fatores que determinam a participação paterna, como a cultura e a relação do casal." Para ela, o incentivo ou a crítica pode até influenciar, mas não é determinante para o comportamento masculino.

Pai: ele participa ou ajuda?

Dona de casa, professora particular, motorista, administradora do lar, educadora, psicóloga, médica. A mãe é tudo isso, mas... onde entra o pai nessa história?

Por Ricardo Ferraz

Carol do Valle
A visão da família americana nos anos 60 foi muito bem retratada pelos desenhos Flinstones e Jetsons: os pais eram os provedores e as mulheres, responsáveis pelo trabalho doméstico. Para projetar um cotidiano moderno, o máximo que os autores previram foram os acessórios. Como se um eletrodoméstico avançado fosse o suficiente para dar à família uma vida mais fácil. Daí, quem sabe, os Flintstones e os Jetsons terem uma dinâmica tão semelhante. Desenhos à parte, parece que ninguém pensou que andar 24 horas com uma lista de afazeres domésticos na cabeça também cansa, mesmo tendo quem faça o trabalho braçal. Muito menos que a mulher levaria tão a sério a busca por um trabalho que a realizasse também fora de casa. 

Matemática contra

No mundo moderno, a mulher saiu de casa para trabalhar e, por conseqüência, o homem precisou ter novos olhares para os afazeres domésticos. Já não é mais tão natural que somente a mulher cuide da casa e dos filhos. Criou-se aí o primeiro obstáculo. Há tanto tempo exercendo a função de dona de casa, ela entende do riscado como ninguém – mas teve de ceder espaço e dividir as decisões com outra pessoa. No caso, o marido, aquele que, há tanto tempo do lado de fora, não desenvolveu as sensibilidades esperadas, o chamado "lado feminino". Assim formou-se uma crise que se assemelha à operação matemática: a mulher soma a carreira profissional à sua lista de atividades, diminui o papel dentro de casa e tem de aprender a dividir o espaço com o marido. Só que a equação não fecha: há uma multiplicação de problemas para administrar e a mulher se sente sobrecarregada. 

Há, claro, núcleos que vivem como antigamente. Porém, com tantas mulheres fora de casa e homens já educados de uma maneira, digamos, menos machista, há uma geração de pais que ajudam, dividem ou compartilham os cuidados com a casa e as crianças. Mas por que a mulher ainda sente que arca com tudo sozinha? Porque a coordenação de tudo ainda é com ela. O sentimento de sobrecarga não é físico. Às vezes, cansa mais estar no trabalho preocupada com a febre do filho na creche, do que lavar um tanque cheio de roupa. O duro não é chegar em casa após um dia exaustivo e ter louça empilhada na pia, mas notar que já é tarde e as crianças ainda não fizeram a lição. É do desgaste com as responsabilidades que elas ainda reclamam. Ela não se contenta em mandar fazer e o marido executar bem: quer mais iniciativa – o que, cá pra nós, faz toda a diferença. "As mulheres se sentem ainda sozinhas porque, de fato, não há uma parceria de igual para igual", afirma a psicóloga Beatriz Vero.
Dona de casa, professora particular, motorista, administradora do lar, educadora, psicóloga, médica. A mãe é tudo isso, mas... onde entra o pai nessa história?

Por Ricardo Ferraz

Em uma pesquisa sobre a dinâmica familiar, a socióloga Neuma Aguiar descobriu que, sim, ainda hoje a formação da família é ditada por quem tem maiores chances de levar dinheiro para dentro de casa. E, para ela, a base da confusão começou nas reivindicações do movimento feminista: na hora de exigir o direito da mulher de trabalhar fora, deixou-se de lado a luta por igualdade salarial. E, sem essa condição, colocando na ponta do lápis, a mulher estará sempre em desvantagem. "As mulheres negociaram pouco a parte da casa e concentraram a luta no lado de fora, como por creches, por exemplo", afirma a socióloga. Nos 400 casais que ela entrevistou em Belo Horizonte, as mulheres têm quase o mesmo tempo de trabalho fora de casa e cuidados com a casa e os filhos: 242 minutos por semana para o primeiro e 222 minutos para o segundo. Com os homens, no entanto, a proporção é outra: eles gastam 382 minutos trabalhando fora e 58 minutos com tarefas em casa por semana. Ou seja, tem mais vez quem traz mais dinheiro para casa.  

Você não sabe brincar com seu filho?

Vemos tantas ideias incríveis e tecnologias avançadas que é comum acharmos que não sabemos mais brincar quando estamos com as crianças, dúvida ainda mais comum em pais de primeira viagem. Aqui veja dicas para você confiar ainda mais no seu "talento"

Thaís Ferreira e Thais Lazzeri

André Spinola e Castro
Jogar bola, sentar no chão para montar quebra-cabeças, pintar. Quando ficamos adultos, parece mesmo que brincar nos requer certas habilidades especiais, e alguns pais pensam que não sabembrincar com os filhos. Quem só teve irmãs, por exemplo, acha que vai ser difícil brincar com coisas de menino - e o inverso também acontece. Você não precisa fazer um curso para aprender tudo como fazer. Seu filho vai te convidar para brincar, para sentar junto com ele e dividir aquele momento. Naturalmente, você vai se entregar à brincadeira e, juntos, vão aprender a brincar. 

A intimidade e a amizade são construídas aos poucos, com as próprias brincadeiras. Enquanto brincam, as crianças expressam suas emoções, desenvolvem suas habilidades motoras, criam coisas novas. Estar ao lado dela brincando significa fazer parte desse processo de aprendizado. Vocês podem começar com um passeio ao parque. Lá você pode jogar um lençol na grama e fazer um piquenique, depois jogar bola, ler um livro. Em casa, veja o que seu filho gosta de fazer. Se ele for ligado em tecnologias, pode ajudá-la a jogar videogame ou a mexer no computador. Você pode mostrar a ele coisas que você adora fazer. Cozinhar, por exemplo, é uma forma de brincar também, afinal, na hora do preparo, qual a diferença entre fazer uma bolacha com massinha e uma com ingredientes de verdade? Na cozinha, seu filho conhece novas texturas, aromas e sabores. 

Tem ainda aquelas brincadeiras que todo mundo – inclusive você – já brincou, como pega-pega e esconde-esconde. Mas brincar não é só isso. É também fazer um desenho, colorir, inventar histórias com bichos de pelúcia. 

Durante a brincadeira, não se coloque no papel de uma criança. Você está ali como pai ou mãe, e é assim que vai se divertir com ele – e seu filho vai adorar! Registre esses momentos, as risadas, os desafios de cada jogo. Assim, você não vai só brincar, mas construir memórias também. E o mais importante: criar vínculos com seu filho que vão fazer diferença durante toda a vida dele. 
E se eu não conseguir... 
Se depois de muitos momentos ainda assim você acreditar que não consegue, é legal pedir ajuda na escola e, em alguns casos, conversar com um terapeuta. Essa dificuldade pode ser resultado de uma educação rígida e poucas experiências com brincadeiras durante a infância. No mercado há muitos livros e sites - como o CRESCER - que podem dar a você ótimas dicas e sugestões. Divirtam-se! 

Fontes: Silvia Amaral, psicopedagoga, e Anne Lise Scappaticci, terapeuta familiar da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) 

Brincar traz benefícios à saúde da criança

Que tal diminuir o tempo que seu filho gasta em frente à TV e levá-lo para um parque? Pesquisadores norte-americanos comprovam os benefícios das brincadeiras ao ar livre e não só em relação ao aprendizado

Simone Tinti

Shutterstock
Que o excesso de TV e de computador pode fazer mal ao seu filho, você já sabe. E que brincar é supersaudável para a vida das crianças, também. Mas você sabe quais são os riscos a que ele está exposto se passar tempo demais em frente à tela? E quais seriam os benefícios das brincadeiras para a saúde dele? 

Pesquisadores da Universidade Yale, dos Estados Unidos, realizaram um estudo abrangente em que reuniram 173 pesquisas diferentes sobre a relação entre as crianças e as mídias em geral, produzidas desde 1980. Eles constataram que aquelas que passam muito tempo assistindo à televisão, a filmes, navegando na internet ou jogando videogame estão mais propensas, futuramente, a desenvolver problemas como obesidade, fumo, uso de drogas e álcool, déficit de atenção e hiperatividade, além de apresentarem baixo rendimento escolar. E quanto seria esse “tempo excessivo”? Como diz Cary Gross, professor da Faculdade de Medicina de Yale, e um dos responsáveis pelo estudo, há pesquisas que apontam uma média de 8 horas por semana, enquanto outros mostram que 2 horas por dia já seriam excessivas, tanto para os menores de 3 anos de idade, quanto para os maiores. 

Mas, apesar de existirem mais evidências em relação à quantidade, é preciso estar atento também ao conteúdo que as crianças têm acesso. “Elas são como esponjas e absorvem o que vêem na televisão. O ideal é que os pais reduzam o tempo dos filhos em frente à tela”, diz. Cross tem dois, de 6 e 8 anos, e afirma que eles passam cerca de apenas 30 minutos diários em média em frente à TV ou ao computador. “E eu assisto a todo programa antes, assim como também conheço todo game que eles jogam”, fala. Entre as medidas apresentadas aos pais pelo grupo de pesquisadores, estão monitorar o uso, ver, ouvir e navegar junto com eles na internet, além de explicar às crianças o que é positivo e negativo nos programas de TV e games. 

Outra pesquisa, conduzida pela Universidade de Washington, também reforça a tese do quanto as brincadeiras são importantes não só para o desenvolvimento infantil, mas também para uma boa saúde. Os pesquisadores constataram que a existência de espaços verdes perto de casa contribui para que as crianças façam mais atividades físicas e, consequentemente, tenham menos riscos de ficarem obesas. 

A pesquisa foi conduzida por Janice Bell e outros pesquisadores da Escola de Saúde Pública e Medicina Comunitária da Universidade de Washington. Eles acompanharam quase 4 mil crianças e jovens, de 3 a 16 anos, durante dois anos. De acordo com artigo publicado na edição de dezembro do American Journal of Preventive Medicine, a pesquisa sugere, ainda, que as crianças que vivem em contato com áreas verdes apresentam melhor funcionamento cerebral e menos sintomas de déficit de atenção e hiperatividade. 

Você mora longe de parques? Ou vive em uma cidade carente de espaços verdes? Então, procure outras alternativas: viaje para o campo sempre que possível, cultive um jardim em seu próprio quintal e se divirta junto com as crianças. De quebra, você também relaxa, se sente mais revigorado e ganham até mesmo auto-estima.


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